VIDAS

VIDAS
II
Sou um inventor bem mais merecedor do que todos que me antecederam, um músico mesmo, que descobriu algo assim como a clave do amor. Hoje em dia, cavalheiro de uma campina amarga com um céu sóbrio, tento me emocionar com a lembrança da infância mendiga, da aprendizagem ou da chegada em tamancos, polêmicas, das cinco ou seis viuvezas, e de algumas bodas, onde minha cabeça dura me impediu de seguir o diapasão dos camaradas. Não choro mais minha velha porção de alegria divina: o ar sóbrio dessa campina amarga sacia e ativa meu ceticismo atroz. Mas, já que não se pode fazer uso desse ceticismo, e aliás, por estar envolvido num conflito novo,
- espero virar um louco muito perigoso.